28 de agosto de 2011

Navego em ti...

Coloco as mãos de fora, toco-te na pele, sinto-te na alma, nas encruzilhadas da vida, nestes caminhos ensolarados por onde caminhas suavemente como quem trilha um pano de cetim, com bordados floreados ora de cores claras, ora de vermelhos fortes, com amarelos reluzentes, azuis violeta ou verdes de esperança, onde a cor se mistura com os cheiros, fortes das notas musicais que vestem a cadência das horas... onde os cheiros misturados de cor se transformam num multicolor prado sem fim, roseiral divino, onde danças eternamente, nos sorrisos que te embalam o corpo, num tango sensual com a vida que te jorra nas pontas dos dedos, estes que te (d)escrevem, que te conhecem até ao ínfimo pormenor. Lavo a cara de lampejo, despojo de todas as tristezas que a amargurada existência tantas vezes se compõe, em laivos de alegrias misturados de salpicos de correrias desenfreadas pelas veredas tortuosas de uma nano existência fugaz de um segundo seguro na mão, como um pássaro livre que rasga os céus, numa liberdade estonteante de se perder no infinito...

7 de agosto de 2011

Os amores que eu já vivi...

Foram todos diferentes e todos iguais na sua essência, porque existe sempre algo que é nosso, que nos pertence à alma e que nos atrai em determinada pessoa. Cada um tinha feitio diferente, cada um me mostrou um lado meu que eu desconhecia, cada um teve a sua importância no tempo e espaço certos, no momento exacto em que precisei de sentir o que senti, e como tudo na vida evoluíram, cresceram, transformaram-se e morreram, também… porque nada nesta vida é garantido, nada se mantém para sempre igual, e há que reconhecer que a vida é perfeita assim mesmo, com os altos e baixos dos amores que sentimos. Sejam eles mais ou menos platónicos, mais ou menos físicos, sejam eles completos ou incompletos, sejam eles mais longos ou mais curtos, sejam uma paixão que nos arrebata a alma e nos cega, seja um sentimento suave como uma brisa, uma chuva que cai de mansinho, mas todos foram únicos, insubstituíveis, e uns não foram mais importantes que os outros, e o que senti por cada um deles não poderia sentir por mais ninguém, apenas por cada um no momento em que fizeram parte da minha existência, no momento em que cruzaram a linha do meu destino e viveram uma parte dela comigo. E por mais anos que eu possa viver não esquecerei jamais… cada rosto, cada olhar, cada gesto, palavras únicas ditas e que ficam para sempre, cada traço singular de cada um deles, e não se esquece também a dor de se ter de deixar ir, quando assim tem de ser… E de todos eles guardo lembranças boas no baú das minhas memórias, que me fazem ainda hoje sorrir quando me afloram ao pensamento, porque com todos eles eu cresci mais um pouco, posso afirmar que sou também um pouco do que deixaram comigo, nem que tenha sido por um período curto… e por tudo isso agradeço o privilégio de todos se terem cruzado comigo!