7 de fevereiro de 2012

Confidências...


O tempo lá fora chora por ti... a alma emudece o coração tranquilo, e a voz, a voz... rouca de emoção produz sons inaudíveis aos insensíveis seres ignorantes de toda a cena desenrolada entre portas, e quatro paredes... onde o desejo, a ardência, a lascívia se misturam em doses perfeitas, e perfazem um matiz de uma manta de retalhos incompleta pelas horas sorrateiras que passam nos lençóis... intranquilidade assustadora da saudade derramada pelas mãos que percorrem a pele dourada, colorida pelo brilho do suor... escorrido em gotas de paixão, entre gemidos trocados e beijos, beijos... roubados às línguas enlaçadas dentro da boca sedenta de ti, desse gosto doce misturado no meu... num prolongado olhar, profundo... demorado no fundo da alma, contemplando sorrisos, em pequenos gestos arrepiados pelas palavras em silêncio, onde ficam emolduradas na memória imortal do tempo perdido, vagaroso caminhante dos amantes... dóiem-me as pontas dos dedos, onde a tua canção deixou um rasto de veneno agridoce, que se mistura na neblina das manhãs seduzidas pelos raios do sol e pelo brilho dos teus olhos... ondas musicais soltas e gravanas na pauta da vida, embaladas em tons de carmim, e escarlate... pintura salpicada de pedacinhos de algodão soltos ao vento, esvoaçantes nas mentes embriagadas nessa torrente de sentimentos que me escorrem na alma... solta ao alvorecer do dia...