19 de maio de 2011

Sobreviver... ou viver!

Muitas vezes sobrevivemos mais do que vivemos. Passamos a vida em busca de algo que nem sabemos muito bem o que é, mas buscamos, sabemos que buscamos, temos mais ou menos definido cá dentro o que nos provoca o riso ou as lágrimas, levando-nos a fugir das lágrimas e a agarrarmos-nos ao que nos enche o olho e a alma. Caminhamos por este ou aquele caminho, talvez porque já esteja traçado ou não, a verdade, é que muitas vezes nem sabemos bem porque o fazemos, mas sentimos que por ali é o caminho. E tantas vezes escolhemos inconscientemente algo, sem sabermos muito bem no que resultará. Podem dizer, eu sei muito bem o que quero. Será mesmo?!... Será que sabemos, para além do alimento do corpo, seja ele, sólido ou não, será que sabemos exactamente o que queremos? Tantas vezes ouço, eu gostava de ter uma vida diferente! Eu tenho uma vida vazia, sem gosto... e o que fazemos verdadeiramente para mudar? Muitas vezes nada, passamos a vida quase toda a lamentarmos-nos do que não temos e nem olhamos para o que está na nossa mão, e quando damos conta só o valorizamos quando também o perdemos. E eu não sou diferente, não me excluo desse "pecado", já passei períodos em que me queixava de tudo o que tinha e do que não tinha, mas como isso de nada me adiantou, melhor mesmo passar adiante, e tentar viver para além de todos os traumas que a vida nos deixa marcados na pele, cicatrizes que parecem solidariamente abrir juntamente com as novas que ganhamos a cada nova queda. E quanto a isso, cada um tem as suas, e nesta vida não vale comparar. Cada um vai sempre achar que as suas são mais profundas e doridas que a dos vizinho do lado. Natural que assim seja, as do vizinho não doiem em mim... mas no meio disto tudo o mais importante é dar mais um passo em frente, acreditando que cada dia é sempre melhor que o outro, vivendo cada dia como sendo o último!... Eu pelo menos vou tentando, com esforço, e um dia o esforço será menor para viver cada dia, aproveitando ao máximo! Porque não nascemos prontos, nem somos receitas prontas a ser confeccionadas, temos de nos reconstruir tantas vezes quantas as necessárias, e nisso posso sentir orgulho, reconstruir já é para mim como o ar que respiro. Da vida espero apenas continuar cá pelo máximo de anos possíveis, o resto constrói-se, vivendo!...

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