25 de junho de 2011

Quisera eu...

Quisera eu ter o poder de reter mais que um segundo o turbilhão que me povoa a mente tantas vezes! Quisera eu transformar a loucura em razão num simples piscar de olhos! Quisera eu... Mas a vida ultrapassa todo o entendimento humano, que de tão simples, nunca alcança a profundidade de todas as situações pelas quais passamos e muitas vezes nem sentimos o verdadeiro sabor. Quisera eu voltar no tempo e voltar a sentir o sabor de certos momentos! Quisera eu ser o que algum dia virei a ser! Nesta carcaça velha, onde o tempo já correu todas as curvas da existência volvida ao passado, onde a morte pairou no ar da desesperança, nos tempos em que caminhava pelas veredas negras da noite. Quisera eu apagar os traços mal traçados que o destino me impôs sem limite e permissão. Quisera eu ser mais do que saber o que me move nas entranhas ventrilicas da minha alma. Quisera eu voar para paragens perdidas e não mais voltar! Quisera eu... Segurar nas mãos o gosto doce das memórias inesquecíveis do tempo já guardado no baú das lembranças, que se amontoam por ordem de chegada. Quisera eu... Ao estilo vitoriano, resguardar a alma mais pura dos embates lascivos e irónicos da vida! E deixar-me perder por entre as paredes da escuridão de uma não existência real. Quisera eu... Que a chuva me inundasse as entranhas e limpasse todo o fel por lá perdura. Quisera eu... Nesta nano existência pairar nas nuvens do sonho e não voltar nunca mais. Quisera eu poder viver nas paragens que o meu singelo e terno olhar consegue alcançar para além da vidraça. Quisera eu desprover-me das pseudo-teorias internas que me incendeiam o espírito! Quisera eu... mas não quis!

13 de junho de 2011

Gosto de pessoas!


É um facto! E contra factos não há argumentos. Venha quem quiser, e me diga que sou do tempo antigo, que me importo com as pessoas que conheço, num mundo onde impera o egoísmo puro e a falta de sentimentos. Pouco me importa, o que interessa é que gosto das pessoas que pertencem ao meu mundo, e sem elas eu seria diferente, sem elas jamais saberia tanto de mim mesma, sem elas, cada traço meu que descobro no contacto com as pessoas que me rodeiam jamais seria descoberto por numa travessia solitária, sem elas o meu mundo não seria tão rico. Gosto efectivamente de pessoas! Gosto daquelas pessoas que são parte importante da minha existência, daquelas que respeito e amo porque existem na minha vida antes mesmo dela existir, daquelas que mesmo já tendo partido do horizonte do meu olhar, continuam a preencher o meu coração, e daquelas que vão aumentando esse circulo de laços de sangue. Mas gosto também daquelas pessoas que cruzaram há muito o meu caminho e que aprenderam a gostar de mim, uma tarefa que nem sempre é fácil, porque não me dou a qualquer pessoa, o mais infimo de nós sempre fica retido lá no fundo e raramente o expomos à luz do sol, muitas vezes protegido por uma coroa de espinhos, portanto não todas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer essa parte importante que me constintui. Gosto, gosto das pessoas que por obra do acaso, ou talvez não, conheci através deste mundo imenso da blogoesfera, mas que no fundo acabamos por restringir aquelas pessoas que fazem a diferença, e que se aproximam de nós, ou se sentem atraidas por traços de empatia mútua. Gosto de sentir que todas essas pessoas gostam de mim, mesmo que às vezes não existam demonstrações fisicas que o revelem. Gosto de sentir que posso contar incondicionalmente com todas estas pessoas de que falei, da mesma forma que podem contar comigo. Gosto de um beijo em forma de palavras, gosto de um abraço apertado que chega a tocar na alma de tão justo. Gosto destas pessoas que fazem parte da minha vida! E esta frase resume tudo o que posso sentir por elas...

2 de junho de 2011

Mergulho na incerteza...

O mundo que me rodeia, a vida que me palmilhou as mãos desde o começo dos tempos faz de mim o que sou em cada momento, muda-se ao sabor do vento, mas fica sempre a essência, a espinha dorsal que por mais que vergue não quebra. A resistência humana é sobrenatural, cada um de nós, e eu não sou excepção, carrega nas costas uma carga gigante de emoções, dores, paixões, amores, desilusões, traumas... que fazem com que em cada momento faça das minhas acções um palco alegórico de veículos articulados com minúsculos elos de ligação. Inventam-se enredos onde actuo tantas vezes ora como espectadora ora como marioneta dos sentimentos criados nos subúrbios da alma, onde crio os medos à luz das frustrações sentidas e doridas até ao limite. O ser humano, o ser mais complexo do universo tem este velha tendência de complicar o que poderia ser tão simples! Mas gostamos de fantasiar sonhos irreais, criando muitas vezes mais sofrimento que alegria, onde a dor da perda de algo que muitas vezes nunca foi nosso suplanta tudo, destruindo os sonhos que poderiam ser reais e vividos de forma solta e feliz, inviabilizando o futuro envenenando-o de cicatrizes fundas que nos consomem em dúvidas, mascarando a realidade que é nossa que detemos nas mãos e que muitas vezes deixamos fugir por não vermos verdadeiramente como ela se desenha na nossa frente. Pintam-se quadros a cada segundo num sonho irreal, desesperado de sermos felizes, na busca faminta da algo utópico à primeira vista, esquecendo de viver o agora, este momento que está a acontecer. Atravessamos o rio vezes sem conta na tentativa sempre desesperada de ser feliz, quando basta olharmos para dentro de nós, a alegria, a felicidade está em nós, apenas e só... a dúvida corrói, masturba a felicidade que podemos sentir verdadeiramente. Custa largar o que muitas vezes pensamos ser nosso, que sentimos como nos pertencendo, mas que afinal não é. É preciso despirmos-nos desse sentimento de posse, desse sentimento obssessivo agarrado à nossa pele, para sentirmos na liberdade o que nos pertence verdadeiramente, e assim ser feliz.