30 de outubro de 2011

O tesouro...

Navegando pausadamente pelos sinais que me deixas ver, olhar, tocar... com a ponta dos meus dedos, que dedilham sulcos profundos nesse tracejado obliquo da existência, carregado de memórias, antevendo antecipadamente cada passo na bola de cristal da alma, encarcerada nesse corpo divinamente escultural. Onde coabita uma mente de desejos insanos com um espírito livre e selvagem. Impossível resistir, ao indelével desconhecido, prémio final das provas superados pelo caminho tortuoso de uma ambição desmedida, atracção fatal neste reduto imaginário plantado no meu coração. Este vazio pintado de carmim e lilás desses lábios mudos de silêncios, sons proferidos em estrofes encantadas pela dança dos teus olhos, esses que me fascinam, magnetizam, aos quais ficarei eternamente presa, numa busca interminável dum sentimento viginalmente tocado nas sombras do pecado. Percorro veredas infinitas por esses prados... dançando docemente entre as correntes de cada segundo percorrido pelo futuro transformado em presente.  Dança para mim, encanta-me, seduz-me... como uma borboleta frágil que apenas pode ser admirada. Seguir-te-ei até ao derradeiro fôlego suspirado pelos meus meus lábios, os que arrebatas com palavras vãs jogadas indecentemente ao vento, na tentativa inglória de atingir o tesouro mais valioso. Quebra o gelo! Joga de novo as cartas em cima da mesa, e parte em busca desse destino incerto escrito com tinta invisível ao olhar comum... perceptível apenas ao sentido táctil dos meus dedos. Aqueles que levemente te tocam escondidos do mundo, sequer olhados por ti!

4 comentários:

Teresa Alves disse...

Que todos os desejos sejam atendidos, porque a voz é da poesia... que escorre aflorando toda a beleza de uma cumplicidade com o domínio de sua linguagem. À cronicidade de uma vida que não pede licença para existir, mas que se impõe por não mais conter-se em si.


¬
Não vou fazer o discurso hipócrita do 'lindo, maravilhoso e tal', porque não faz meu gênero. Ao mesmo tempo não posso deixar de expressar minha admiração pela qualidade de suas crônicas que surpreendem pela criatividade, pela leveza e pelo ritmo, um compasso admirável.

Moi disse...

Por não fazeres o discurso do lindo, maravilhoso e tal é que gosto tanto da tua presença por aqui.
Fica bem!




Beijocas ;-)

Teresa Alves disse...

Sentia falta da réplica.

¬

Moi disse...

epee,
Deixas-me um sorriso nos lábios! :)




Beijo grande