
Vivemos num mundo em que não se fala tudo o que sente, nem se sente tudo o que se fala. A vida é cheia de cruzamentos mais ou menos longos entre os seres que vão passando pela nossa estrada. Tem pessoas que simplesmente nos são tão indiferentes que nem nos lembramos que um dia atravessaram uma das nossas passadeiras. Outras há que lembramos pela negativa dos confrontos que travamos com elas, em disputas, que neste momento futuro já nem fazem sentido. E depois há um grupo que sentimos uma empatia de imediato, sem sabermos muito bem porquê, mas sentimos que algo nos liga, que algo fora da nossa compreensão racional nos encaminhou para aquele cruzamento. E dentro desse grupo, ainda há os que são passageiros ambulantes, como que saltimbancos de rua, que parecem pular de ramo em ramo, sem se fixarem em relação alguma, mas que guardamos com carinho a sua leve passagem. Mas há os que nos marcam para sempre, aqueles que a história deixou gravados em letras em relevo, e que por mais anos que passem jamais serão esquecidos, e tantas vezes, uma imagem, uma música, um som, um reflexo nos transportam no tempo; e muitas vezes fazem parte da nossa existência por longos anos, outras vezes não. De qualquer forma, dos mais ou menos importantes que se cruzam connosco, a nossa alma transforma-se pelo acréscimo de conhecimentos que trocamos, partilhamos, nos damos ou não a conhecer. E seja, que espécie de sentimento que algum dia tenha sentido, foi sentido sempre na sua plenitude, ao seu máximo, porque só assim, faz sentido, tem razão de existir. E hoje, muito mais que ontem, correndo o risco de me repetir, digo tantas vezes quantas me apetece que gosto de determinada pessoa, que a sua companhia é agradável, e que sinto falta da sua presença. Porque ninguém tem poder de adivinhação, e neste mundo cada vez mais consumista, as palavras, os sentimentos parecem estar em desuso, tudo parece plástico como numa casa de fast food, e para mim, as pessoas, os sentimentos ainda são à moda antiga, nem são de consumo e fabricação rápidos. Quando amo (aqui generalizo todas as formas de amor), amo com toda a alma, para que fique gravado para toda a eternidade. E posso considerar-me felizarda por ter tantas pessoas especiais que fazem parte da minha vida. E por cada pessoa que acrescento na minha vida, sinto-me um pouco mais rica, e isso faz-me nascer sorrisos no rosto. Deixo aqui um gosto de ti muito especial para todos os que me lêm por aqui e que gentilmente me comentam, dentro desses os que falam comigo apenas virtualmente, sem nunca os ter olhado de frente, e os que para além disso me conhecem na vida real. E seria hipócrita se dissesse que não gosto de receber retribuição do que dou em amizade, porque todos nós damos o que esperamos também receber.