4 de julho de 2011

Quando dói a alma...


Há dias que parecem uma eternidade, em que se tenta pensar em tudo menos em nós, para não nos sentirmos, para esquecermos que a solidão existe, que a alma também dói... há dias que se misturam palavras, virgulas, parágrafos, com ou sem metáforas na tentativa de camuflar uma dor que se aninha bem no meio do peito de tão pesada que se torna. Foge-se dela, inventam-se realidades, criam-se ilusões, fecha-se os olhos e embrenha-se o espírito em sonhos irreais, quase palpáveis, à custa da secura da boca que se cala para não dizer o que a atormenta. Há dias que se acorda com este gosto amargo na boca, de sabor a fel. Como se de um momento para outro o fígado tivesse vomitado involuntariamente os detritos directamente na alma, asfixiando de tal forma a razão que esta deixa de ter oxigénio para raciocinar, ficando apenas o espírito à deriva e desgovernado, pairando como um fantasma do outro século, sem casa para assombrar. Há dias mais frios que o inverno, cheios de carências, de saudades, de ausências, de falta de sentimentos... Há dias que nascem parvos e terminam assim...

4 comentários:

Um brasileiro disse...

oi. tudo blz? estive por aqui. muito lindo. gostei. apareça por la. abraços.

Moi disse...

Brasileiro,

Obrigado pela visita e pelas palavras.

Menina do cantinho disse...

Eu tenho dias assim e é assim que me sinto: parva. Nunca consegui explicar o motivo de acordar assim, é estranho e fico desiludida comigo própria por sem razão aparente me sentir dessa forma.
Tudo continua igual, mas o sentimento de solidão é tão grande... não consigo mesmo explicar.
"Há dias que nascem parvos e terminam assim..."

Beijinhos

Gostei muito do novo cantinho :)

Moi disse...

Menina do Cantinho,
Há dias assim... e não tem explicação

Beijinhos