
Quando um dia quiseres estarei lá... onde a chuva faz uma paragem brusca para cair de masinho. Quando um dia quiseres, volto aqui e pouso a mão em cima da tua, e fico a olhar o horizonte, falamos do nada, de coisas perdidas, sentimentos partidos, paixões esquecidas... quando um dia quiseres voltamos a beijar o tempo para ele se esquecer de nós, e vivermos na eternidade envolvente das cores escarlate de que o céu é tingido quando me olhas... quando um dia formos o que não somos hoje, voltamos a dizer palavras doces, amolecidas na paixão do roçar os lábios de mãos dadas... quando um dia chegar o ali, o agora, o momento de tocar o teu rosto mais uma vez, serei só eu... única, indissolúvel da divisão do espaço, aquela que apenas se vê ao espelho nua... quando um dia chegares, eu estarei de braços abertos, sorriso nos lábios, para voarmos até ao infinito... quando um dia quiseres, serei o pássaro no ar, a sereia navegante do teu corpo, enrolado entre os teus braços, misturando-me no teu cheiro, ao sabor dos teus beijos... quando um dia piscar os olhos, a melodia que ecoará pelo ar deste mundo será o brilho dos meus olhos, iluminados por ti... quando um dia for o que um dia sonhei, serei só tua, e de mais ninguém...