No silêncio temos a real noção de
quem somos, do que nos falta, do que nos estraçalha por dentro, do que nos
envolve a emoção e nos faz rir ou chorar. No silêncio somos arrastados pelos
fantasmas que teimam em nos largar, pelos risos que já sentimos, pelas
tristezas que já nos circularam nas veias. No silêncio andamos e damos mais um
passo à frente na nossa corrida contra o
tempo. No silêncio vemos-nos mais além, num passo apressado ou ligeiramente
lento na busca do prazer, daquilo que verdadeiramente nos faz vibrar, e sorrir
a alma. No silêncio carcomemos a alma cansada, mas feliz pelo êxtase imaginado.
No silêncio fechamos os olhos e sentimos o sol de verão a bater no rosto,
sorrimos pelo facto de estarmos vivos, e ainda respirarmos. É no silêncio que
nos damos conta que existem palavras que nos engolem por inteiro, e outras que
nos devolvem ao mundo, mesmo quando pensamos estar mortas. No silêncio ouve-se
a melhor música de encantar... no silêncio adormece-se a alma sem pudor de
sentir!
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